terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sobre a arte do discurso:


Sobre a arte de ludibriar o outro através de ficções verbais que têm como fim conduzir seu interlocutor à equivocos de interpretação:
 
ESTRANGEIRO
 
— Não devemos admitir que também o discurso permite uma técnica por meio da qual se poderá levar aos ouvidos de jovens ainda separados por uma longa distância da verdade das coisas, palavras mágicas, e apresentar, a propósito de todas as coisas, ficções verbais, dando-lhes assim a ilusão de ser verdadeiro tudo o que ouvem e de que, quem assim lhes fala, tudo conhece melhor que ninguém?
 
TEETETO
 
— Por que razão não existiria também essa técnica?
Platão, em Sofista.
 
 
 
É quando leio palavras como estas, por exemplo – lançadas ao tempo há mais de dois mil anos - que eu entendo porque nos é recomendado pelos doutos das letras a leitura dos clássicos gregos.Ah, só pra constar: estamos em época de eleição.
 

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