domingo, 18 de julho de 2010

Folha em branco

 

(...) devem existir atores baixinhos e gordos, altos e magros,os que se mexem rápido, os que se arrastam pesadamente.Que tanto o corpo gordo e molenga quanto o que é jovem e ágil tenham uma sensibilidade igualmente apurada.

(...) nenhuma experiência nova e original é possível se não houver um espaço puro, virgem, pronto para recebê-la.

(…)

Um corpo destreinado é como um instrumento desafinado (...).Quando o instrumento do ator, seu corpo, é afinado pelos exercícios, desaparecem as tensões e os hábitos desnecessários.(...) Até mesmo um ator de larga experiência, sempre que vai retomar seu trabalho, quando se vê na borda do tapete sente esse medo de voltar – medo do vazio dentro de si mesmo e do vazio no espaço.Imediatamente, ele trata de preencher o vazio para livrar-se do medo, tentando achar alguma coisa pra dizer ou fazer.Sentar-se imóvel ou ficar quieto requer muita coragem.(...)Quando atua bem, não é porque elaborou previamente uma composição mental, mas sim porque criou um vazio livre de pânico dentro de si.

 

Vale a pena ler:

BROOK,Peter.A porta aberta:reflexões sobre a interpretação e o teatro.Rio de Janeiro:Civilização Brasileira,2002.3ª edição.Trad.Antônio Mercado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário